É preciso enxugar regalias dos professores para equilibrar cofres de estados e municípios, diz governo federal

“Eles têm férias de 45 dias, aposentadoria especial, descanso pedagógico, piso nacional e até lanche grátis”. Que outro trabalhador possui tantas regalias? É preciso enxugar tudo isso ou o país continuará quebrado”, dizem burocratas do MEC. Por Fábio Assunção, Brasília | Desde que assumiu ilegitimamente a presidência da república, Michel Temer mira seus canhões no setor público do país. Não à toa, sua principal medida até aqui é a edição da PEC 241, que limita os gastos nessa área por 20 anos. Isto traz impactos muito negativos para o funcionalismo da União, estados e municípios, que poderá ficar com salários congelados por duas décadas.   Nessa linha de ataques ao setor público, o governo federal começa a fazer dobradinha com prefeitos e governadores no sentido de atingir ainda mais negativamente o pessoal do magistério. Segundo técnicos do MEC, redes estaduais e municipais de educação são gigantes demais e consomem muito dinheiro de estados e municípios. “É preciso enxugar, pois 12 estados cogitam declarar calamidade financeira”, alardeiam no site da Agência Brasil. Uma das principais saídas em discussão entre Temer e gestores de estados e municípios é o “enxugamento” de supostas regalias dos professores. “Eles têm férias de 45 dias, aposentadoria especial, descanso pedagógico, piso nacional e até lanche grátis”. Que outro trabalhador possui tantas regalias? É preciso enxugar tudo isso ou o país continuará quebrado”, dizem burocratas do MEC. As representações dos educadores, no entanto, ponderam que o problema é outro. “Temer que enxugar o setor público para fazer caixa e manter com ainda mais privilégios meia dúzia de grandes empresários e banqueiros que financiaram o golpe de Estado no país”, declara a professora Ana Beatriz, de Brasília. Para combater mais arrocho, CUT e CNTE preparam uma greve geral em todo o Brasil. “Temer e aliados devem fazer enxugamento é nos lucros dos ricos que se acham donos do Brasil”, alertam os sindicalistas. Leia mais: http://www.midiapopular.net/news/e-preciso-enxugar-regalias-dos-professores-para-equilibrar-cofres-publicos-diz-governo-federal/

Pressão por “Fora Temer” gera governo instável e inseguro

Michel Temer demonstra, nos primeiros meses de seu governo, uma completa instabilidade. Diversas medidas tomadas por sua equipe foram rechaçadas publicamente, na imprensa e nas ruas, obrigando recuos vergonhosos. Além disso, a projeção alcançada pelo “Fora, Temer” fez a popularidade do presidente despencar. Apresentadas como prioridades pelo governo de Temer, a reforma da Previdência e do Trabalho foram adiadas. Houve recuo, também, nas mudanças que a Presidência pretendia implementar no Ensino Médio. Para o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, a tendência é que Michel Temer não tenha vida fácil. “Nós sempre avisamos que os golpistas não teriam paz para governar. Nas ruas, estamos revertendo todas as pautas arbitrárias que eles querem impor ao País”, afirmou o Cutista. No último dia 16, o governo decidiu sacramentar o adiamento da reforma trabalhista para o segundo semestre de 2017. A decisão veio após uma série de protestos que tomaram as ruas do País exigindo que a classe trabalhadora tivesse seus direitos respeitados por Michel Temer. A equipe do governo analisou que o “Fora Temer” poderia ganhar uma projeção maior, por conta da reação popular à reforma. Entre os dias 15 e 17 de setembro, diversas manifestações pelas capitais protestaram contra as mudanças nas regras trabalhistas. “A resposta que sempre daremos é nas ruas. Não podemos confiar em um Congresso dominado por golpistas e que está todo ele vinculado ao Cunha e Temer. Portanto, com a classe trabalhadora nas ruas, iremos frear o governo”, afirmou Sérgio Nobre. Uma semana depois, no dia 23 de setembro, o governo anunciou a Medida Provisória (MP) da Reforma do Ensino Médio. Sem consultar professores e alunos, Temer assistiu do Palácio do Planalto mais uma onda de protestos e discursos contrários ao seu projeto e teve que recuar. A medida retirava do currículo escolar matérias como educação física, artes, sociologia e filosofia. Porém, quando foi publicada, a proibição foi retirada do texto da MP. Mais uma vitória para os movimentos populares, estudantes e professores. Na manhã desta terça-feira (27), os jornais do País circularam com a notícia de que a Reforma da Previdência foi adiada para depois das eleições. Dessa forma, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já anunciou que a votação do projeto ficará para 2017, assim como a Reforma Trabalhista. A alegação oficial é de que o texto não está pronto. Porém, o governo quer evitar mais desgastes a já arranhada imagem de Michel Temer. Pesquisa divulgada pelo Ibope no dia 4 de setembro, mostra que a popularidade de Temer segue caindo. Aracaju e Salvador (8%) são as capitais onde há mais rejeição ao presidente. O melhor índice alcançado pelo atual governo é em Manaus (19%). O índice de ruim ou péssimo é alto. Em Rio Branco (32%) é o percentual mais confortável para Temer. Em Salvador (53%), é onde o governo é mais rejeitado.